TEORIA DA RAÇA, DO MEIO E DO MOMENTO. Apoiado em François Guizot (1787-1874), historiador francês, Hippolyte Taine (1828-1893) elaborou a célebre teoria da raça, do meio e do momento que são, a seu ver, as condições essenciais que determinam o aparecimento da obra literária. Literatura é a representação fiel das maneiras de agir, pensar e sentir dos homens de todas as épocas – documento precioso para o historiador.
Em princípio: RAÇA é o nome que se dá às disposições inatas e hereditárias que o homem traz consigo ao nascer e que geralmente se acompanham de diferenças acentuadas no temperamento e na constituição física.
O homem forçado a adaptar-se às circunstâncias adquire um temperamento e um caráter que lhes são correspondentes. Esse temperamento e esse caráter serão tanto mais estáveis quanto maior número de vezes o homem sofreu a ação exterior e a própria repetição se fixará em caracteres hereditários.
Sobre esse fundo imenso e permanente, outra ações se acrescentam que vão desgastando ou modificando o aspecto primitivo: é a ação do MEIO.
O homem não vive isolado: a natureza o envolve, outros homens o rodeiam.
O clima é um dos fatores que mais contribuem para diferenciar as raças. Embora não possamos acompanhar desde a origem os passos da raça ariana, podemos afirmar, entretanto que a profunda diferença que existe entre as raças germânicas, latinas e helênicas, provém em grande parte da diferença de regiões em que elas viveram a fixar-se: ou países frios e úmidos, em meio de rudes florestas, às margens de um oceano brutal, vivendo através de sensações melancólicas ou violentas, preferindo a alimentação forte, inclinando-se para a vida combativa da caça, ou então, em meio das mais lindas paisagens, às margens de um mar cintilante e alegre que convide à navegação e ao comércio, livres das necessidades grosseiras do estômago, convidadas a participar de hábitos sociais que desenvolvem a arte de conversar, o amor das ciências e das artes.
A organização política, as condições econômicas ou religiosas foram outras causas que agiram sobre o fundo primitivo da raça ariana, a raça primitiva.
São essas as principais forças que agem exteriormente.
Além das forças internas, permanentes do indivíduo que reage às externas e se adapta ao meio, deve-se acrescentar ainda uma terceira categoria de causas: a que é produzida pela ação comum de ambas. Esta ação soma-se às precedentes: além da impulsão permanente (força interna), além da ação do meio (força externa), há ainda a velocidade adquirida em dado MOMENTO.
Embora duas épocas, dois momentos possam parecer idênticos, não se deve esquecer que um surgiu em seguida ao outro, que dele se beneficiou e prosperou.
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